quinta-feira, 10 de abril de 2014

Dona da voz grave e potente vem de sua africanidade, pois é neta de um caboverdiano. Acompanhando seu pai em shows, em sua adolescência, Sandra frequentava os bailes de gafieira, samba e soul, em Pilares e adjacências, bem como a quadra da Caprichosos de Pilares, escola onde desfila até hoje. Gostando cada vez mais do universo musical, aprendeu sozinha a tocar violão e começar a compor suas letras. Co incentivo dos pais, começou a se apresentar em escolas de samba e em pouco tempo, Sandra de Sá tornou-se considerada a rainha do soul brasileiro. Sandra (Cristina Frederico) de Sá é chamada por alguns de "Tim Maia de saias", por se identificar com o cantor no balanço e no timbre grave da voz, além de suas histórias juntos, como o famoso clipe do hit "Vale Tudo", de que Tim escolheu Sandra para fazer o dueto com ele. Ficaram grandes amigos e fizeram muitos shows juntos pelo Brasil afora. Cazuza dizia que ela era a Billie Holliday brasileira. Por suas letras de forte conscientização social, ganhou prêmios como cantora e compositora em diversos festivais de Música Brasileira, nos quais, em geral, era inscrita pela amiga Fafy Siqueira. Em 1977, começou a estudar psicologia, na Universidade Gama Filho, curso que teve de abandonar quase no momento de concluir, , pois despontou como compositora, tendo uma de suas composições da época, "Morenando", foi gravada por Leci Brandão, logo, depois como intérprete. O sucesso para valer, como cantora, veio já no começo de 1980. No MPB 80, da Rede Globo, Sandra Sá (como então era chamada, o "de Sá" só incluído no nome artístico alguns anos depois) classificou "Demônio Colorido" entre as dez finalistas e a música obteve repercussão nacional. Sua inscrição nesse festival, já foi resultado da amizade entre ela e a família "Araújo", João e Lucinha, pais de Agenor, o Cazuza, que ainda não era cantor profissional. Após o Festival, Sandra foi contratada pela gravadora RGE, , onde Cazuza trabalhava como divulgador, e com essa convivência se tornaram grandes amigos. Da amizade entre ela e Cazuza, também resultou momentos marcantes na carreira profissional, pois o primeiro show grande com a banda de Cazuza, Barão Vermelho, foi o show de abertura de Sandra no Morro da Urca, RJ. A trajetória de Sandra, nos anos 80, foi fulminante, novos discos de sucessos, composições próprias e de grandes autores, apresentações por todo o país. Além de se tornar uma das maiores cantoras de trilha e aberturas de novelas, como "Enredo do Meu Samba", "Picadinho de Macho", entre outras. Nessa época surgiram os maiores hits de sua carreira, as músicas "Retratos e Canções", "Joga Fora no Lixo", "Bye Bye Tristeza", e "Solidão". Nos anos 90, Sandra marca presença forte no mercado por gravações com Djavan, Marina Lima, Carlinhos Brown, Titãs, coral gospel Monte Mariah (USA), Herbert Viana, entre outros. E pelos sucessos como: "Sozinha" (foi a primeira a transformar a composição de Peninha em hit, seguida por Tim Maia e Caetano Veloso), "Vamos a viver", "Soul de Verão", etc. Gravou um álbum em homenagem ao amigo "Tim Maia", sucesso de crítica. Nessa década, Sandra criou a expressão "Música Preta Brasileira", brincando com a sigla MPB - Música Popular Brasileira. Segundo Sandra, "a nossa música é essencialmente preta (suingada/balançante), pois começa e termina no tambor, no suingue. Não há ritmo que cantemos ou toquemos aqui que não contenha um toque de brasilidade. Isto é a nossa pretitude. Sandra também despontou como atriz no seriado Antônia, sobre cantores de rap da periferia de São Paulo, uma produção independente do cineasta Fernando Meirelles, veiculada a partir de novembro de 2006 pela Rede Globo. Nesse mesmo ano, participou do festival Rock in Rio Lisboa e durante a Copa do Mundo de 2006, em Berlim, Alemanha, ela não só deu canja com Ivete Sangalo como fez show no "projeto Copa da Cultura" ao lado de Gilberto Gil, do qual faz parte do Carnaval do Expresso 2222 a dez anos no Carnaval da Bahia. Em 2007, além dos shows pelo Brasil, iniciou o projeto e pesquisa "Batucofonia", com o qual fez uma temporada de shows pelo Rio; promoveu pelo Brasil, juntamente com o elenco e equipe, o filme Antônia que foi fonte do seriado lançado no ano anterior pela TV Globo. Fez shows com Monobloco, Toni Garrido, Simoninha, Carlinhos Brown, Alcione, Roberto Frejat, Margareth Menezes, MV Bill, Sérgio Loroza, Dora Vergueiro, Sampa Crew entre muitos outros. Participou do DVD do Meninos do Morumbi e do Sampa Crew, ambos em São Paulo. Em janeiro de 2010, dividiu-se entre os ensaios das Escolas de Samba do Rio (Mangueira) e São Paulo (Leandro de Itaquera). Em fevereiro, na semana de lançamento para as lojas do seu álbum AfricaNatividade - Cheiro de Brasil (Universal Music em parceria com a Nega Produções), Sandra sentiu algumas dores e foi internada, no Hospital São Lucas, com diagnóstico de diverticulite, mas recebeu alta após 5 dias. Foi uma das homenageadas por uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio de Janeiro, a Mangueira, sob o enredo "Mangueira É Música do Brasil", no 6º Setor - "Tropicália", tendo uma ala sobre os Festivais de Música com a fantasia "Demônio Colorido", nome da composição de Sandra que ela "defendeu" no Festival da TV Globo MPB 80, assim Sandra veio ao lado de Milton Nascimento no carro alegórico que representa os Festivais de Música e a Tropicália. Já no Carnaval de São Paulo, estreou como intérprete oficial da Leandro de Itaquera, ao lado de Betto Muniz. Apesar da escola ter tido problemas durante o desfile, como carros quebrados, que levaram a um resultado bastante ruim na apuração, levando a escola a descer do Grupo Especial, a participação especial de Sandra foi um dos pontos altos durante a passagem da Leandro pelo Sambódromo do Anhembi.

Nenhum comentário: