quinta-feira, 1 de dezembro de 2011


Ele voou voou, subiu subiu e já é sempre lembrado. O cantor Byafra ( Maurício Pinheiro Reis), surgia na cidade de Niterói (Rio de Janeiro) a banda O Circo, que lançou Biafra como vocalista. Seus maiores sucessos, "Leão Ferido" (incluído no álbum Despertar - 1981) e "Sonho de Ícaro" (incluído no álbum Existe Uma Idéia - 1984), lhe renderam dois Discos de Ouro. Compositor de muitos temas de novelas, lançou 14 álbuns, que venderam mais de meio milhão de cópias.
Suas músicas também foram gravadas pelos maiores ídolos da MPB. Em 1998, antes do lançamento do álbum Ícaro, trocou o "i" pelo "y" em seu nome artístico (de Biafra para Byafra) para evitar aparecer na mesma página da guerra civil nigeriana nos sites de busca da internet. Atualmente ainda mora em sua cidade natal. No dia em que Byafra nasceu (15 de outubro de 1957), os americanos perdiam o sono com o Sputnik (primeiro satélite feito pelo homem) lançado 11 dias antes pelos soviéticos e que sobrevoava Nova York seis vezes por dia. Três meses depois do nascimento do cantor, o clube que viria a ser uma de suas grandes paixões, o Botafogo, comemorava um dos maiores campeonatos de sua história, após golear o Fluminense na final por 6X2. No Planalto Central, o presidente Juscelino Kubitschek acelerava seus candangos para inaugurar Brasília dentro do prazo.
No mundo da música, Elvis Presley dava as cartas no cenário internacional e no Brasil, a Bossa Nova ainda engatinhava. Os fenômenos que iriam forjar a personalidade musical de Byafra ainda estavam em gestação. A salada formada por Beatles, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Pink Floyd, Fagner e Novos Baianos - algumas de suas principais influências – estava apenas sendo preparada para entrar no cardápio dos anos 60.
Desde que recebeu a flauta das mãos da Dona Aura, Byafra passou a se alimentar de música todos os dias. A vontade de cantar o levou ao Coral do Centro Educacional de Niterói, comandado pelo Maestro Hermano Soares de Sá. Logo, estaria embarcando com seus colegas de Coro para várias apresentações incluindo uma participação internacional no Festival de Aberdeen, na Escócia, para cantar peças de Villa-Lobos. Foi nessa época, por ser muito magro, que recebeu dos colegas de escola o apelido que viria a adotar como nome artístico
Na metade dos anos 70, a carreira musical já era seu principal projeto de vida. E foi nessa época que nasceu O Circo, banda que teve rápido sucesso em apresentações em Niterói e no interior do Estado do Rio. Como principal vocalista do grupo, Byafra começou a ganhar intimidade com os palcos. E foi acompanhado por seus colegas de O Circo, que Byafra entrou pela primeira vez no velho estúdio da CBS (hoje Sony Music), na Praça da República, centro do Rio de Janeiro, para gravar seu primeiro álbum, na época editado em LP e cassete.
Lançado em 1979, “Primeira Nuvem” foi rapidamente adotado pelas rádios de todo o Brasil. Uma das canções, composta pelo próprio Byafra e por Luiz Eduardo Farah, transformou-se em grande sucesso: “Helena”. Poucas semanas depois de introduzida nas rádios, essa faixa ganhou popularidade ainda maior ao ser incluída na trilha sonora da novela Marron Glacê, da Rede Globo. Esta mesma emissora iria, ao longo dos anos, solicitar mais sete músicas de Byafra para suas novelas (ver lista abaixo), identificando suas canções com vários personagens famosos.
Já em seu terceiro álbum – “Despertar” (1981) Byafra recebe seu primeiro Disco de Ouro ao superar 100 mil cópias vendidas, impulsionada pelo impressionante sucesso rediofônico de “Leão Ferido” (Byafra e Dalto), música mais executada pelas emissoras brasileiras no ano de seu lançamento e que mais tarde receberia novas interpretações de artistas como Simone.
Em 1984, mais um Disco de Ouro em seu álbum de estréia na gravadora Ariola, hoje com seu catálogo incorporado à Universal. Dessa vez, a música que explodiu nas paradas de todo o Brasil, foi “Sonho de Ícaro” (Piska e Cláudio Rabello).
Desde esse início vitorioso até hoje, Byafra jamais deixou de ter suas canções cantadas e lembradas por fãs de todas as gerações. São ao todo 12 álbuns inéditos e duas compilações que compõem um capítulo importante da Música Popular Brasileira. Como compositor Byafra registrou sua obra na voz de grandes artistas como Roberto Carlos, Ney Matogrosso, Simone, Chitãozinho & Xororó, Chrystian & Ralf, Rosana, Xuxa, Angélica, Danilo Caymmi e muitos outros.
No dia 8 de Setembro de 2009 foi lançado um vídeo no site youtube no qual Byafra é atingido involuntariamente por um parapente enquanto cantava para uma gravação de TV, a música de seu maior sucesso, Sonho de Ícaro, no Rio de Janeiro. Um episódio cômico da vida de Byafra, que encarou a situação com muito bom humor.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Velhas Boas aberturas - VIDA DE CACHORRO (FAMILY DOG)

Estreando este novo quadro e a renovada neste blog, veja a abertura que marcou minha infância nos anos 90: Vida de Cachorro. O desenho passou na Globo no ano de 1995, e nunca mais ele foi reprisado (também em outras emissoras de TV, a seguir, duas aberturas, o original e o da TV Globo.

terça-feira, 8 de novembro de 2011


VELHAS BOAS ATUALIDADES

Nesta terça-feira (8), Justin Bieber postou em seu perfil no Twitter seu novo clipe, da música Santa Claus is Coming to Town, que está no novo álbum, Under The Mistletoe. No vídeo, o astro teen aparece em forma de desenho animado.
Bieber lançou recentemente o novo disco, que conta com participações de Mariah Carey, Busta Rhymes, Usher, Boys II Men e The Band Perry. O cantor aproveitou a novidade para promover uma campanha beneficente; ele pediu aos fãs que doem qualquer tempo e dinheiro para seu projeto The Believe Charity Drive, que beneficia entidades que estão fazendo a diferença no mundo.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

ESTAÇÃO CINEMA - A Tartaruga Manuelita


Manuelita é uma animação infantil da Argentina de 1999. A versão brasileira foi dublada por Jackeline Petkovic e Babi Xavier, na época apresentadoras do SBT. Nascida em Pehuajó, um lar de amor e ternura, Manuelita é uma pequena tartaruga que consegue chegar a Paris, fazendo muito sucesso no mundo da costura. Apesar do sucesso a tartaruguinha sente saudades de sua família e amigos e resolve voltar para casa. manuelita é uma pequena tartaruga,mas o sonho dela era voar de balão,.Todos tentam impedi-la de voar,mas,não conseguem,então o balão cai no mar e vários piratas pegam ela,então depois ela vai para paris e vira uma supermodelo ,mas sente falta de sua familia e do garoto que ela amava. (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuelita)

terça-feira, 11 de outubro de 2011

******VELHAS BOAS MUSICAL******
Esta semana: Cheia de charme - Guilherme Arantes



Quando a vi, logo ali, tão perto
Tão ao meu alcance, tão distante, tão real
Tão bom perfume, sei lá

Investi tudo naquele olhar
Tantas palavras num breve sussurar
Paixão assim não acontece todo dia

Cheia de charme, um desejo enorme
De se aventurar
Cheia de charme, um desejo enorme
De revolucionar

Me perdi entre os seus cabelos
Pela sua pele, nos seus lábios tão macios
Tao bom perfume, sei lá

Investi tudo naquele olhar
Tantas palavras num breve sussurar
Paixão assim não acontece todo dia (repete refrão)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011


Um lance legal que começou com um fantástico artista da MPB, Guilherme Arantes Começou sua carreira como tecladista e vocalista da banda Moto Perpétuo, grupo de rock progressivo dos anos 70. Em 1976, "um anjo mau, desses que vive nas telas de TV, disse: Vai, Guilherme! ser sucesso na vida. E ele foi." Mas, já em 1977, Guilherme Arantes, paulistano da Bela Vista – o famoso bairro do Bixiga - declarava à Folha de S. Paulo, bravo: "Eu não abandonei a FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo) no quarto ano para ser herói de gravadora". Referia-se a uma pendenga com a Som Livre. Até hoje Arantes é polêmico no que se refere a suas declarações, no que concerne ao mercado fonográfico.
Na mesma entrevista, ele explicava: "minha geração de músicos saiu aos trancos. O tempo dos festivais tinha passado e o dos grandes movimentos musicais também. Além disso, o momento estava mais para parar que para começar." A verdade é que, com o fim do Moto Perpétuo, grupo de rock progressivo, que durou de 1974 a 1975, veio o vazio. Ele mesmo confessaria: "o Moto Perpétuo durou quase um ano e quando paramos eu fiquei um pouco perdido".
Foi nessa altura da vida, que uma de suas composições estourou e foi utilizada na trilha sonora da telenovela Anjo Mau (de Cassiano Gabus Mendes, exibida na Rede Globo em 1976). E quem não se recorda da famosa frase musical "quando eu fui ferido, vi tudo mudar", que a rigor, segundo Arantes declarou a Leda Nagle, no Sem Censura, da TVE Rio, seria originalmente "me atirei no mundo e vi tudo mudar". A canção teria sido mudada às pressas, a pedido do produtor musical da telenovela, para adequar-se ao personagem vivido pelo ator José Wilker, reinterpretado mais tarde, em 1997, pelo colega de Polissonante – o primeiro grupo amador de Arantes – o ator Kadu Moliterno.
Quanto a Meu mundo e nada mais - a tal canção - se tornaria um ícone no imaginário popular brasileiro - identificada já nos primeiros acordes - a famosa abertura de solo de piano. Daí para a frente foram 25 temas para telenovelas da Rede Globo, várias canções incluídas em especiais infantis, entre elas o tão famoso Lindo balão azul, que o tornaria famoso nacionalmente, muitas gravações por parte de grandes nomes da MPB, incluindo o rei Roberto Carlos, Elis Regina, Sá e Guarabira, MPB4, Caetano Veloso, Emílio Santiago, Maria Bethânia, Leila Pinheiro, Joanna, Fafá de Belém, Quarteto em Cy, entre tantos outros, além do bônus de "Deixa chover" tocada em "Joana, a Virgem" – telenovela de produção venezuelana.
E, com isso, lá se vão mais de trinta anos de carreira solo e o reconhecimento imediato de pelo menos vinte canções que ele canta e toca na televisão ou nos cerca de 140 espetáculos ao ano que promove Brasil afora. É fato corriqueiro ouvir o público cantando euforicamente seus 20 maiores sucessos com ele, em shows, embora declare, sempre nos bastidores, que jura que ainda vai gravar um disco chamado "Os Vinte Maiores Fracassos de Guilherme Arantes", com muitas de suas canções mais bonitas e que, por uma razão ou outra, não foram muito executadas.
Foram também 34 coletâneas e 25 discos de carreira, incluindo Clássicos (1994), em que propunha novas versões para os clássicos da música internacional do período 1968-1972, mas, como "bom leonino", e "inconformado" com "apenas isso" para sua extensa carreira de 30 anos, Arantes possui ainda, e para o orgulho do Brasil, já que ele é o único a obtê-lo até agora, o "certificado Steinway", da famosa fábrica americana de pianos, uma espécie de ISO 9002 dos pianistas mundiais.
Gravou, ainda, em 2000 um disco com características new age intitulado New classical piano solos, em que demonstra todo seu requinte pianístico, e que tem nos vocais a filha mais velha Marietta. Em 2001, gravou seu acústico, pela Sony Music, no Teatro Mars – no velho Bixiga – em São Paulo, que lhe rendeu também um DVD ao vivo, naquele mesmo ano.
Em 2003, após quatro anos sem disco de inéditas, retornou à gravadora Som Livre, com o álbum "Aprendiz", que trazia a música "Casulo", tema da novela "Agora é que são elas" (TV Globo) e nesse período também passou a realizar, esporadicamente, shows com Leila Pinheiro e outro com Flávio Venturini.
Em 2007, lançou pela Som Livre, dois produtos de uma só vez: o CD/DVD Intimidade, com os maiores sucessos reunidos em versões acústicas, gravados em clima intimista em seu Estúdio Coaxo de Sapo, na Bahia e o CD de músicas inéditas Lótus, com destaque para a retomada de parcerias com Nelson Motta, em "Vaivém (Amor de Carnaval) e "Verão de 59", além de "Disque Sim", música composta com Max Vianna, filho de Djavan. Nesse disco, a maior surpresa é o rap "Tributo" (cena de Cinema), uma valorização aos ídolos da Raça Negra. Na turnê de divulgação desse novo disco, que passou por São Paulo em fevereiro/2008, lotando o Citibank Hall, pelo menos 21 músicas são tocadas, em versão solo ou Banda.
Assim, nesses últimos trinta e quatro anos, Guilherme Arantes, que nunca negou sua eclética multiformação musical, de quem começou tocando chorinho aos quatro anos de idade, num cavaquinho presenteado pelo pai, o doutor Gelson Arantes, médico e amigo do doutor Paulo Vanzolini, transitou do rock ao pop, do pop à MPB, da MPB a New Age, da New Age de volta a MPB com uma familiaridade de dar inveja a qualquer músico de primeiríssima linha do cenário mundial. "Sou um pouco de tudo", diz Guilherme Arantes, "e o que mais me inspira é o amor, departamento mais fascinante do ser humano, que foge à racionalidade e é um mundo vasto, profundo."
Isto remete, de imediato, ao cantor de Êxtase, Prelúdio, Um dia, um adeus. Mas, o paulistano da Bela Vista Guilherme Arantes está longe de ser somente reconhecido por esse repertório de canções românticas.
Garoto prodígio, tocou cavaquinho e bandolim aos 4 e piano aos 6. Deixou professores de piano de cabelo em pé e literalmente na mão. Em função de sua rebeldia musical tornou-se praticamente um autodidata. Músico profissional aos 15. Músico de baile aos 17. Tecladista do irreverente Jorge Mautner aos 19.
Aos 21, por influência do que acontecia na Europa pós-Beatles, torna-se progressivo, no já cultuado Moto Perpétuo. Verde Vertente hoje consta imponente em antologia do rock brasileiro dos anos 70, ao lado de A Barca do Sol, O Terço, Som Imaginário, Joelho de Porco, Bixo da Seda, Casa das Máquinas, entre outros.
Aos 23, Guilherme Arantes abandona a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de São Paulo (FAU-USP), e passa a tocar 530 vezes na novela das 7 da mais poderosa das emissoras brasileiras, o que acabaria lhe rendendo o apelido de "menininho da Globo".
Mais tarde, uma jornalista da Folha de S. Paulo diagnosticaria: Um Anjo Mau disse: "Vai, Guilherme, ser sucesso na vida... e ele foi". E o tema Meu mundo e nada mais, adaptado para o personagem de José Wilker, em Anjo Mau, em 1976, seria só a porta de entrada de sua carreira solo, via Som Livre. A partir daí, foram 25 novelas, 25 discos de carreira, 34 coletâneas, um DVD acústico solo, em 2001, pela Sony, outro em 2007, pela Som Livre (Intimidade), projetos de outros com Leila Pinheiro, Flávio Venturini e, eventualmente, com algumas orquestras sinfônicas que se dignam a tocar MPB.
O novo DVD, pela Som Livre, gravado em sua ONG - Instituto Planeta Água/Estúdio Coaxo do Sapo - na Bahia - abriu a série Intimidade para a Som Livre, em 2007.
Exatos trinta anos antes, em 1977, para a telenovela Duas Vidas , de Janete Clair, Guilherme compôs Cuide-se bem. No mesmo ano, a belíssima Baile de Máscaras entrava na trilha de uma novela fadada à incompreensão: Espelho Mágico, de Lauro César Muniz, que se constituía no retrato do retrato: a metalinguagem do mundo da TV.
Em 1979, para Pai Herói também de Janete Clair, indicaria 14 anos, do disco A Cara e a Coragem (Warner Music), que tratava da temática de um jovem, anos 70, meio angustiado e perdido numa sociedade que se industrializava em nome do progresso.
Mas, enquanto suas músicas faziam sucesso nas trilhas de novelas, o angustiado e inquieto Guilherme trilhava caminhos quase alternativos. No mesmo momento em que os também inquietos e irreverentes músicos da Vanguarda Paulista frequentavam os embolorados porões do Lira Paulistana, na Praça Benedito Calixto, reduto do inconformismo musical dos anos 80, Guilherme se lançava no projeto de Coração Paulista, que se não foi um grande sucesso de público, tornou-se cult e sucesso de crítica, abrindo caminho para que Elis Regina lhe telefonasse pedindo um hit. E o hit veio imediatamente com Aprendendo a Jogar. Elis também gravaria Só Deus é quem sabe.
Em 1981, uma nova guinada: na trilha sonora da novela Baila Comigo, de Manoel Carlos, estoura com Deixa Chover, tema para a personagem de Betty Faria.
Logo em seguida, Guilherme se tornaria alvo de uma polêmica histórica na MPB - qual era a melhor canção do II MPB Shell, de 1981 - Purpurina cantada por Lucinha Lins, que ganhou o festival debaixo de uma vaia de 10 minutos - ou Planeta Água, aclamada pelo público minutos antes, e segunda colocada ?
A partir de 1982, Guilherme passa a estourar um ou dois hits pop a cada disco (cd). O melhor vai começar, Lance Legal, Pedacinhos, Graffitti, Cheia de Charme, Fã Número 1, Olhos Vermelhos, Coisas do Brasil, Marina no Ar, Ouro, Loucas Horas.
Em 1987, a canção Um dia um adeus torna-se um hit inimaginável na carreira de Guilherme, competindo com O amor e o poder da talentosa cantora Rosana, como tema dos personagens de Vera Fischer e Nuno Leal Maia, na também polêmica Mandala, de Dias Gomes e Aguinaldo Silva.
Em 1989, um magnífico CD - Romances Modernos - traz Muito Diferente e o tema de Edson Celulari, Raça de Heróis, na já cultuada Que Rei sou eu?!, de Cassiano Gabus Mendes. Em 1990, um Guilherme mais "social' surge em Pão. O disco refletia a maturidade do pai de (então) quatro filhos, vendo-os crescer num mundo que parecia tentar o alvo da desmilitarização e enveredava pela modernidade de CDs, DVDs, Internet. Mas que também trazia a moda do sertanejo, do forró, do axé e de outros ritmos ultra populares, "impostos" pela mídia. Mídia essa que, irremediavelmente, também se popularizava, depois de tantos planos econômicos, e que, de certa forma, deixaria a MPB um tanto à deriva, no mar revolto da indústria fonográfica.
Viriam ainda, naquela década, os CDs Crescente (1992), Castelos (1993) e Clássicos (1995), esse último um projeto para o próprio prazer, como declararia à época, em que pôde revisitar velhas canções do seu imaginário adolescente, e que já haviam se tornado clássicos do pop mundial. Isso aconteceu sob a batuta do maestro e arranjador inglês Grahan Preskett, que já trabalhara com Maria Bethânia. Em 1997, veio a Maioridade, pela Globo/Polygram, marcando seus 21 anos de carreira. Em 1999, lança um disco pela Playarte, trazendo um Guilherme muito romântico, mas ao mesmo tempo preocupado com o novo milênio, que se aproximava, além da regravação de Na linha do horizonte, do também progressivo Azymuth.
O ano 2000 trouxe um Guilherme Arantes tocando progressivo/new age, no CD totalmente instrumental New Classical Pianos Solos. Trouxe, ainda, um Guilherme animado com o convite da Steinway Hall, para ser o segundo brasileiro, depois de Guiomar Novaes, a tocar em seu famoso lounge, com alunos da Julliard School e a presença marcante de Marietta Arantes, sua filha mais velha, nos vocais.
Mas, os anos 1990/2000, além da modernidade do digital trouxeram também a pirataria: a do camelô de esquina e a internalizada pela praticidade do MP3. Artistas da MPB em geral, todos, passavam a buscar seus próprios caminhos a trilhar, num mar de cópias falsas. Mas o CD traz, também, a imposição das regravações e Guilherme completa 34 delas em poucos anos: uma fórmula mágica, também, das gravadoras girarem seus catálogos, sem o ônus dos relançamentos.
O DVD, no final dos anos 90, início dos 2000, trouxe a obrigatoriedade do "ao vivo". A moda, implementada aqui pela MTV, lança a obrigatoriedade do "unplugged": o nosso "acústico". E lá foi, de volta, o nosso Guilherme, aos então quase vinte e cinco anos de carreira para o bom e velho Bixiga, onde nasceu, para filmar, no Teatro Mars, o seu acústico para a Sony, devidamente equipado com seu boné ao estilo Elton John, seu indefectível tênis vermelho de skatista e duas músicas inéditas: Vai ficar prá mim, uma balada de despedida, e Prontos para amar, tema para a jovem atriz Taís Araújo, em Porto dos Milagres, de Aguinaldo Silva, para o horário das 21 horas.
Em 2000, veio, na vida pessoal de Guilherme, a saída de São Paulo, rumo a Salvador, Primavera e Outono, uma namorada mais que amada, e que ele lançaria em música, em 2004, em primeira mão na web - uma experiência bastante interessante.
Em 2003, também, chegaria Aprendiz , em que Guilherme se renovava na busca de novos ensinamentos: um verdadeiro "aprender para ensinar" (em sua ONG: o Instituto Planeta Água), como preconiza a pedagogia do ilustre pensador Paulo Freire. Naquele mesmo momento, Casulo vai para a trilha de Agora é que são elas, uma novela que ficou pouquíssimo no ar, devido a uma certa incompreensão por parte do grande público.
Em 2007, Guilherme Arantes abre o Live Earth Rio, cantando Planeta Água. No mesmo ano,um novo CD de inéditas é editado: nasce Lótus. Mais que seu 25º disco de carreira (incluindo o CD do DVD Intimidade), é uma flor que nasce do tempo. Do tempo de estrada consolidada por um músico multifacetado e quase atípico. Esse Guilherme Arantes múltiplo e quase sempre cheio de novas ideias, como aquele jovem que compôs Amanhã, em um ônibus da antiga CMTC, na subida da Rua Augusta, rumo ao centro da cidade de São Paulo, ainda nos tempos da Faculdade de Arquitetura da USP (FAU - USP), em um caderno de anotações.
Lótus chega como o novo projeto daquele Guilherme Arantes que não se deixaria influenciar maleficamente por um Maracanãzinho superlotado gritando seu nome, em 1981. Nem por dezenas de hits. Nem por dezenas de gravações e regravações por parte de grandes nomes da MPB, entre os quais Caetano, Elis, Roberto Carlos, Maria Bethânia, Fafá de Belém, MPB4. Pelo contrário. O que se observa, no momento, é um Guilherme super tranquilo, morando na Bahia, desde 2000, e recém redescoberto pelos(as) jovens cantores(as) brasileiros(as) - Mart'nália, Paulo Ricardo, Max Viana, Pedro Mariano, Zélia Duncan, Adriana Calcanhoto, Vanessa da Mata.
Adriana incluiria Meu mundo e nada mais, de 1976, no seu mais recente show - Maré - depois de um momento difícil em sua turnê por Portugal, no início de 2008. Mais recentemente, também, a brilhante Vanessa da Mata "redescobriria" a linda canção Um dia, um adeus, de 1987, para o repertório de seu primeiro DVD, gravado ao vivo em Paraty, para o canal Multishow, que entrou para a trilha sonora da Novela Global Cama de Gato, exibida às 18h.
Assim, o que se tem, nesse momento, que marca esta trajetória musical vitoriosa, de praticamente 35 anos, é um Guilherme Arantes tranquilo, vivendo com a família na grande Salvador, mas sempre em busca de novas sementes para o replantio em sua ONG - em Barra do Jacuípe - sua faceta mais visível de biólogo/ecologista amador, o que, de vez em quando, lhe rende uma queda de árvore, fato que com frequência relata nas palestras que ministra sobre a temática do meio ambiente, Brasil afora. Há, ainda, um outro Guilherme que vive em busca de soluções arquitetônicas para a construção de sua pousada-estúdio Coaxo do Sapo. Sim - ele também voltou às pranchetas e aos "autocads da vida" - para a enorme alegria de sua mãe - a Dona Hebe - que ainda sonha com sua volta para as aulas na FAU - USP. Isso tudo sem deixar de lado, claro, as inevitavelmente presentes inspirações musicais, que ele, de quebra, quase sempre registra no seu bom e velho caderninho de anotações.
Guilherme produziu em 2010 o CD do cantor e compositor Sérgio Passos, para o selo Coaxo do Sapo, lançado recentemente.
Guilherme Arantes: 35 anos de trajetória artística / Lótus e Intimidade: os mais recentes CD e DVD de Guilherme Arantes, pela Som Livre.

sábado, 1 de outubro de 2011


VELHAS BOAS ATUALIDADES


Quem é fã de Rock como eu deve se sentir órfão nos dials cariocas, perdemos a Fluminense FM, depois a Rádio Cidade, Fluminense voltou e se foi de novo. Agora parece que a Kiss FM, rádio focada no classic rock, está vindo para a nossa cidade. É o que diz o Meio & Mensagem (para assinantes).

A rádio opera em São Paulo, Campinas, litoral paulista e Brasília, e está investindo R$ 16 milhões para vir para a nossa cidade, o investimento inclui a compra de frequência e equipamentos.

P.S.: ainda não sei qual vai ser a posição dela no dia, a que está na imagem é na estação de Sampa.