segunda-feira, 3 de janeiro de 2011


Mais uma diva que agitou os anos 70, mas ela é uma brasileira que tem muito brilho e muita alegria, ela é a Lady Zu. Zuleide Santos Silva, nasceu no dia 7 de maio de 1958, no bairro do Canindé, em São Paulo. Ao perceber que a pequena Zu gostava de brincar de artista, seu pai resolveu levá-la aos estúdios da TV Cultura para se apresentar no programa de talentos infantis "O Dois É Nosso". Sua primeira interpretação foi o samba "Triste Madrugada", da autoria de Jorge Costa.
Fez aulas de canto dos 10 aos 13 anos, época em que seguiu se apresentando em programas infantis do rádio e da televisão e em bailes na periferia de São Paulo. Mais tarde, ela trabalharia como bancária, escriturária e até locutora do Mercado Municipal da Lapa. Fã de Aretha Franklin e Tina Turner, fez diversos testes para crooner em casas noturnas, mas sempre era vetada por ser ainda muito jovem. surgiu no cenário musical em 1977, com o compacto simples "A Noite Vai Chegar", que vendeu 1 milhão de cópias, e entrou para a trilha da novela Sem Lenço, Sem Documento, elevando-a ao título de "Rainha das Discotecas Brasileiras". Emplacou diversos sucessos nas paradas, antes de se afastar da indústria fonográfica por uma década. Com 5 discos lançados, continua ativa com shows por todo o país. Seu primeiro disco, um compacto simples com a música "A Noite Vai Chegar", (de Paulinho Camargo), tornou-se um hit instantâneo nas rádios e nas pistas de dança de todo o país. O sucesso foi incluído na trilha sonora da bem-sucedida novela "Sem Lenço, Sem Documento", da Rede Globo, o que, por si só, era um feito e tanto para uma cantora nova. ‘‘Tocava de Norte a Sul. Era superlegal porque todos dançavam, blacks e brancos. Isso era chiquérrimo e verdadeiro’’, relembra ela.
As milhares de cópias vendidas do compacto despertaram o interesse da gravadora Phonogram para lançar o primeiro LP da cantora o mais rápido possível. O álbum, devidamente intitulado "A Noite Vai Chegar", continha 12 músicas com estilos que variavam da disco music ao funk, soul e romântico. Esse disco é considerado atualmente um dos expoentes da soul music brasileira, juntamente com trabalhos de nomes como Jorge Benjor, Tim Maia, Gérson King Combo e outros.
Capturando de forma brilhante a moda das discotecas da época, o LP foi muito mais além: os arranjos fundiram, de forma bem-sucedida, a fórmula sincopada da disco music com ritmos tipicamente nacionais, como o forró, o baião e, claro, samba. Tornaram-se grandes sucessos, além da faixa-título, "Só Você (Por Você, Com Você)" (de C. Dalto/P. Greedus) - tema da novela Te Contei?, "Novidades" (de Peninha) e "Com Sabor" (de Nelson Motta / Dom Charles). O grande sucesso de Lady Zu lhe valeu o título de "A Donna Summer brasileira", dado pelo apresentador de televisão Chacrinha, em referência à cantora norte-americana que, na época, era conhecida como a Rainha das Discotecas. O epíteto sempre foi visto com bom-humor por Lady Zu: nos anos 1990, perguntada sobre o que pensou quando ouviu pela primeira vez a comparação com Donna Summer, ela afirmou "Gente, será que eu sou alta e linda desse jeito? (risos)" Em entrevista de 2006, ela explicou um pouco mais: "Eu vejo com muita espirituosidade... é gostoso... é bom saber que você é comparada a alguém tão talentoso como Donna Summer". O segundo disco de Lady Zu, "Fêmea Brasileira", foi lançado em 1979 e, de imediato, alçou aos primeiros lugares a música "Hora de União (Samba Soul)", um dueto com seu autor, Totó Mugabe. A canção foi incluída na trilha-sonora da mania nacional da época, a novela "Dancin' Days", da Rede Globo - garantindo-lhe alcance ainda maior de público.
Apesar de manter a fórmula disco music na linha de frente ("Disco Dance" (de Totó Mugabe), "Dança Louca" (de Paulinho Camargo) - tema da novela Marron Glacé -, e "Um Pra Lá, Dois Pra Cá) (de T. Mugabe), "Fêmea Brasileira" acenava com a possibilidade de uma guinada para o samba-funk ou mesmo para a MPB. Nesse disco, o clássico "Boneca de Pixe", de Ary Barroso, foi revisto numa deliciosa parceria de Lady Zu com o cantor Luís Vagner. Além disso, "A Banda", de Chico Buarque, ganhou uma inesperada versão dançante. Um longo hiato em sua carreira teve início e só foi suspenso em 1988, quando Lady Zu foi convidada a participar do disco "Alma Negra", um projeto coletivo de música soul lançado pela gravadora Continental. No LP, indicado para o Prêmio Sharp, estavam ainda Carlinhos Trumpete, Tony Bizarro, Luis Vagner e Tony Tornado. Lady Zu contribuiu com a bela "Junto A Mim", além de "Vou Vivendo", ambas de Frankye Arduini. No início de 2005, Lady Zu lançou seu sítio oficial, abrangendo toda sua carreira.
A importância de Lady Zu no cenário da música nacional começou finalmente a ser reconhecida. No início de 2006, a gravadora Som Livre lançou a coletânea "Soul Brasil", que incluiu "Hora de União (Samba Soul)" (versão original de 1979), com o famoso dueto com Totó. Além disso, o grupo mineiro de black music Berimbrown a convidou para participar do disco "Mestres Negros da Música Brasileira", em que reverencia grandes artistas do país. A música escolhida, é claro, foi também "Hora de União (Samba Soul)". Em 2010, ela gravou novo dueto com Carlos Navas, na faixa "Isso Não Vai Ficar Assim" (Itamar Assumpção) para o 8º CD do cantor paulistano, intitulado "Tecido".

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